Bem-Aventurada Serafina Sforza (1478)
Era descendente da nobre família dos condes de Urbino. Ficando órfã ainda muito jovem, foi criada por um tio materno, o príncipe Collona, que a educou com carinho de pai. Durante sua estada em Roma, desabrochou em sua alma o amor a Deus e à virtude, que chegaram a fasciná-la por completo. As vaidades do mundo nada valiam a seus olhos. Ainda não tinha atingido a maturidade, quando foi dada em casamento ao príncipe Alessandro Sforza, senhor de Pésaro. O príncipe tinha dois filhos do primeiro casamento, que ela amou como se fossem seus, a eles dedicando-se com amor de mãe, e sendo por eles plenamente correspondida. Por esse motivo granjeou a afeição de seu esposo. Pouco anos depois de casada, seu esposo teve que entregar-se ao uso das armas, para combater em favor de seu irmão que era duque de Milão. Portanto, entregou o governo à sua esposa, que tinha todas as qualidades para exercê-lo com rara habilidade e sabedoria. Durante seis anos, substituiu o esposo em todos os negócios com raro tino administrativo. Além desses dotes, possuía ainda uma ampla visão do futuro. Foi amada por todos por sua grande generosidade. Pedia a bênção a Deus para seus empreendimentos, através das inumeráveis esmolas que distribuía aos pobres. Todos pensavam que ao voltar o marido, ela receberia fabulosa recompensa, mas foi o contrário. Ele voltou complemente mudado, envolvido em vida dissoluta acompanhado de uma amante, que colocou dentro do castelo, para ser servida em tudo por Serafina. Ele próprio a tratou como uma serva. Depois encerrá-la no Mosteiro de Clarissas em Pésaro. Assim poderia viver livremente com a outra mulher. A amante chegou até a vestir as ricas roupas de Serafina e usar suas jóias e assim visitar Serafina juntamente com o Conde. Porém Serafina, que sobressaia pela nobreza de sangue e de virtudes, tudo suportou com a máxima paciência e doçura. Sua admirável paciência nessa adversidade provocou a estima das irmãs e de todas as pessoas que a conheciam. Depois de alguns anos, o marido morreu e lhe disseram que poderia voltar ao Principado, saindo do Mosteiro aonde fora introduzida por ordem do marido. Mas Serafina respondeu: “Se até hoje fiquei aqui forçada pelas ordens de meu marido, de hoje em diante pedirei para permanecer por amor neste mosteiro”. Vestiu o hábito e professou a Regra de Santa Clara, vivendo santamente. Chegou a ser abadessa. Morreu a no dia 9 de setembro de 1478 no Mosteiro de Pésaro. Foi beatificada pelo Papa Bento XIV, em meados do século XVIII. Sua festa é celebrada no dia 09 de setembro.
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