20 de ago. de 2010

Flórida Cévoli




Bem-Aventurada Flórida Cévoli (1685-1767)


De nobre família, nasceu em Pisa a 11 de novembro de 1685. Filha do Conde Cúrcio Cévoli e da condessa Laura Della Seta. Foi batizada com o nome de Lucrécia Helena. Estudou com as Clarissas no Mosteiro São Martinho, em Pisa, onde nasceu o desejo da vida religiosa. Aos dezoito anos, ingressou no Mosteiro de Clarissas Capuchinhas de Città di Castelo, e no ano de 1703 fez sua vestição, recebendo o nome de Flórida. Sua mestra foi Santa Verônica Giuliani. Demonstrou grande espírito de oração e intenso desejo de progredir na vida contemplativa e o demonstrou pela disponibilidade em cumprir qualquer trabalho: na cozinha, despensa, fazendo pão, tornando-se responsável pela farmácia do mosteiro, serviço que exerceu toda a vida. Em 1716 foi eleita vigária, era abadessa Verônica e aos quarenta e dois anos foi abadessa, cargo que assumiu até a morte (1767), com alguns anos de intervalos. Ela soube renovar o fervor religioso na comunidade: intensificou os atos de piedade e a comunhão sacramental durante a semana, zelou pela vida contemplativa cuidando do silêncio e da clausura. Favoreceu a pobreza e austeridade ao mesmo tempo em que alimentou o clima envangélico de fraternidade com o trato comum e respeitoso que abolia os títulos e fazia todas se sentirem irmãs. Com seu senso prático da vida e com as boas maneiras de governar, soube concretizar os valores sobrenaturais em todos os atos do cotidiano. Nutriu devoção à Virgem das Dores, ao Anjo da Guarda, e confiou na proteção de São Francisco e de Santa Clara; sentia-se unida às almas do purgatório, exercitava-se continuamente na purificação interior. Desde jovem, pedia a Deus para não sentir gosto pelas coisas terrenas e saber renunciar à própria vontade. Sua caridade foi ativa e generosa com suas irmãs, com os pobres que batiam às portas do mosteiro e com algumas famílias que sabia estarem em dificuldades. Sua correspondência era vasta e atingia todas as categorias sociais. A pedido do Pe. Inocêncio Cappelletti, confessor da comunidade, escreveu quatro cadernos sobre sua vida, rica de comunicações místicas. Após o falecimento deste, fez tudo para reavê-los, e quando os pode ter em mãos, jogou-os no fogo. Sofreu internamente angústias de espírito e externamente, com misteriosas doenças corporais, febres altíssimas, dores que martirizavam sua face impedindo-lhe até de falar. Recebeu as cinco chagas como Santa Verônica, mas ao dar-se conta disso, pediu a Deus que no lugar da coroa de espinhos, chagas nos pés e nas mãos, tivesse algum sofrimento interno e foi atendida com uma impertinente herpes que cobriu todo seu corpo ao longo de vinte anos até à morte, manifestando o grande ímpeto de amor com estas palavras: “Ajudai-me a amar a Deus! Ajudai-me a amá-lo!” Seu confessor, que a acompanhou durante a última doença, comentou: “Morreu de puro amor de Deus”. Destacou-se por seu espírito de oração e responsabilidade. Morreu  a 12 de junho em 1767. Foi beatificada em maio de 1993 pelo Papa João Paulo II. Sua festa é celebrada no dia 12 de junho.

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